quarta-feira, 18 de novembro de 2009

SIMPLY THE BEST


Quem baptizou este trilho com este nome sabia do que estava a falar. Ultrapassou todas as expectativas!



O tempo estavas bom, algum vento e chuviscos. Saímos em direcção à lagoa seca e subimos para o Pico da Areia, também conhecido pelo Pico da Vigia. Um trilho muito interessante onde se entrecruzam vários trilhos, sempre a subir, envolvido por árvores e matagal que é coisa cada vez mais rara para os lados da PD.

No pico da vigia encontra-se uma torre em madeira e logo o pessoal aproveitou para saborear a magnifica vista que proporciona e se alcança ao longo de 360º.
Para além de nós só havia caçadores que por ali andavam e tirando o som do vento não se ouvia mais nada por aquelas bandas...

....aliás....

...tirando, claro, a algazarra de alguns malucos que resolveram brincar às casinhas!




Os cromos do dia...

A vista para o mar não era menos exuberante!

Via-se perfeitamente a Lagoa Seca onde se esconde o monstro adormecido que espirrou pela última vez em 1630 derramando morte e devastação nas "redondezas" e despejou cinzas por todo o lado sem poupar sequer as Flores e o Corvo!



Seguimos em direcção ao mar até chegarmos junto da falésia. O André aproveitou para pôr à prova os seus Fast trek ultra-competition, modelo careca, na lama antes de iniciarmos a descida.



Também aqui a paisagem era excelente, sobre a Ribeira Quente. Via-se perfeitamente a onda a bater no molhe da R Q do lado da Praia do Fogo, que os surfistas consideram muito boa, apesar de ser curta.
Mais à frente via-se a pedra da Lobeira, um local onde já se fizeram caçadas e pescarias históricas. Um sítio com correntes capazes de vergar qualquer barbatana. Infelizmente hoje pouco mais resta do que peixe pedra e uns peixitos de tamanho de aquário, é impressionante como o fundo marinho de S. Miguel cada ano que passa assemelha-se cada vez mais com as fotos tiradas pela Apollo 11! Os gajos da fotosub 2009 - S. Miguel que o digam, aliás, como foi badalado na comunicação social...


Finalmente, iniciámos a descida do trilho. Um trilho rápido, sempre a descer, feito numa bicicleta rápida que pedia cada vez mais velocidade. Um trilho bem definido mas com partes bem estreitas, sempre com obstáculos, irregularidades, degraus, escadas, escadinhas, pedras, pedrinhas e calhaus, lombas rápidas, curvas largas e estreitas, e ganchos de arrepiar que guardam surpresas logo do outro lado sem avisar e sempre a inclinar! Do lado direito apresenta-se a parede que faz a encosta enquanto que do lado esquerdo apresenta-se a falésia por vezes a pique, cuja vegetação esconde uma parede que pode mandar-se para uns 100 metros só da "primeira manga".
Este trilho tem a virtualidade de reunir três coisas: é um trilho extremamente rápido e perde a piada se abrandarmos a velocidade porque dá gosto em fazê-lo bem depressa, n é como a descida da batalha ou da gorreana, é um trilho que se saboreia a cada instante e não apenas no seu todo; segundo: é um trilho que apresenta constantemente obstáculos, irregularidades, desníveis e sinuosidades seguidas e em catadupa, que obriga a uma atenção redobrada com os olhos bem esbugalhados para não escapar nada, especilmente se aliármos este factor à velocidade; finalmente é um trilho bastante ciclável apesar dos obstáculos constante e permanentes. Anda-se durante bué de tempo sem desmontar. É claro que se acaba por desmontar, mas não é aquele pára-arranca característico de trilhos muito técnicos.
Chega-se a andar centenas de metros sem parar que parecem uma eternidade tendo em conta os obstáculos que se ultrapassam, aquilo parece que não tem fim! São cerca de 2 a 3 kms a descer, para aí. O facto de não conhecer o trilho obrigou-me a desmontar em sítios que até podia fazer na bike, mas não arrisquei porque ali só se tem uma saída: pela falésia abaixo! Mas há sortudos que dominam uma técnica invejável e só pararam por 3 vezes ao longo do trilho todo, com é o caso do André.




O trilho começa por ser bastante rápido, com rectas longas e curvas mais largas. Mas logo depressa passa a inclinar cada vez mais com rectas cada vez mais curtas e curvas cada vez mais apertadas chegando-se a uma altura que aquilo é quase curva e contra-curva! Sempre a descer e cada vez mais a inclinar. É quando começam as escadas, escadarias e calhaus no meio do trilho em sítios tão estreitos em que as rodas só podem passar à queima sob pena de se garantir uma queda certa. E o que porvoca a maior adrenalose no meio disto tudo é as coisas acontecerem tão depressa que muitas vezes tomamos a decisão por instinto, ou seja, atiramo-nos a um lanço de escada sem sabermos como acaba simplesmente porque não tivemos tempo de olhar para o fundo! Outras vezes tomei a decisão instintivamente de apear, pela mesma razão e só depois de parar é que vi que até se fazia. Outras vezes também não! Às páginas tantas estamos no meio de uma zona de pedragulhos bastante complicada onde batia com o peito no selim enquanto pensava: largo, não largo!

Mas onde relamete me assustei foi numa descida seguida de uma rampa curta bastante elevada que obrigou a pedalar com toda a força para embalar bem por forma a não parara a meio da rampa que levava necessariamente ao desequilibrio para trás e até para o lado da falésia. Assim que cheguei ao cimo, todo largado, o trilho afunda com uma escadaria tão inclinada que mais parecia um escadote! Foi travões a fundo e pés no chão para ajudar a parar. Mesmo assim fiquei com a roda da frente pendurada, vá lá, safei-me desta até porque a seguir ao "escadote" não havia quase espaço nenhum e o trilho curvava em gancho para a direita, era tira e queda pela falésia abaixo!
Mas o Beleza apanhou um susto maior que o meu, não conseguiu segurar a bici e ficou pendurado com a roda para o lado da falésia. Quando chegou ao pé de mim ainda estava a bufar!


Finalmete optámos por não fazer o trilho da Ponta Garça por contingências de tempo e decidimos fazer a descida do Agrião que também é bastante interessante.

Um trilho já conhecido que merece sempre ser visitado mas não espicaçou tanto como o outro.

Uma última vista de olhos no mapa para ninguém se perder!



Um paraquedista rebuscado, depois de ter sido dado como "perdido em combate" na subida, mas foi falso alarme...
Na descida mandei um escorreganço na lama com a roda da frente, uma coisa que parecia ser perfeitamente simples, mas acabou por me pôr a perna esquerda completamente ko ao embater com a coxa na ponta do guidor, até vi estrelas e a minha descida terminou ali.

Depois foi subir com a perna direita com a ajuda do André e do David que me rebocaram na parte mais inclinada. Foi um final de passeio a encerrar com um treino técnico para arredondar a pedalada da perna direita, lol! Acho que vou mesmo mandar vir um daqueles pratos ovais que vi na feira de Santarém, um gajo nunca sabe o que pode esperar!


Finalmente, chegados às Furnas, no meio de tanta bica o André levou-nos a uma fonte com uma água especial de corrida que eu nunca tinha reparado nem bebido mas que ele diz que aparece nos postais de S. Miguel. Não sei se é boa para atletas mas o nome promete e a avaliar pelo sabor a picante que aquilo manda, é bem provável que acabem com uma valente diarreia.. E depois estes gajitos ainda falam mal dos meus chás!
































4 comentários:

  1. Altamente Kadete! Temos de fazer isso mais uma vez, p/ poder ir.
    Belas imagens!

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  2. Grande Kadete, tratas as bikes da mesma maneira que as foto-reportagens: por TU!!

    De facto, este passeio teve bastantes pontos excelentes para descrever. Começando na escolha dos percursos e (o mais importante) o companheirismo e camaradagem. Por isto, 4 riders não faltaram ao chamamento e às 8:15 lá estavam todos no parque de estacionamento da lagoa das furnas: André Vilas Man, Kadete, Srº Beleza e "je" mister.
    Lá fomos em direcção à lagoa seca, começamos a subir até ao pico de areia, à torre de vigia, onde a vista era fenomenal. Já não chegavam as rachadas de vento a abanar a torre, que tinha uns 3 a 4 metros de altura, quando o André se lembrou de a abanar, com os 4 marmanjos lá em cima...ahhhhh Rapâ que vá levâ uma punhada...

    Depois disto, seguimos para o cimo do monte onde era possível avistar o heli-porto da rib. quente. A vista era brutal!

    Bem, finalmente começamos a descer pelo simply the best!! Grandeeeee trilho, tinha todos os ingredientes. Foi a primeira vez (e de certeza, de muitas) que fiz esse trilho! Entre escadas com degraus assimetricos, zonas com pedras, raízes, ganchos, zonas rápidas..havia de tudo um pouco para tornar este trilho num dos melhores que conheço.
    Todos os sentidos tÊm que estar em alerta porque não se sabe o que se vai ver após cada gancho.
    Mas nem por isso se deixava de dar ao pedal para disfrutar do percurso. Muitas vezes pensava "será que dá para passar?"...já está...o rabo andou muitas vezes bem para trás do selim e mesmo assim num lanço de escadas andei em cima da roda da frente: mula`s style!!!
    Os olhos não largavam o caminho, pois ainda bem, porque as falésias uns metros ao lado eram um pouco assustadoras!!!
    Pobre GT do André, leva pancadaria. É impressionante o que ele faz com aquela semi-rigida e a técnica com que ele serpenteia aqueles trilhos. Eu só via as marcas de travagem...
    Depois do simply the best, subimos por asfalto até ao início do trilho do redondo.
    Com algumas semelhanças com o anterior mas menos ciclável, com zonas que não são para os nossos 100mm, mas também recheado de zonas com ganchos, degraus e partes em que a margem de erro era bem pequena!
    O trilho da rib. quente para a ponta garça teve que ficar para outro dia!
    Posto isto, estava na hora de regressar por asfalto até aos carros, ainda tivemos um momento que não foi bonito de ver, pois incluía duas mãos e um rabo: a minha mão esquerda, a direita do andré e o rabo do kadete. E não posso adiantar mais pormenores!!
    Antes ainda bebemos da água azeda na vila das furnas.

    E voilá, assim foi mais um excelente domingo. Para casa levamos uma barriga cheia de puro btt e para quem quisesse, havia também a famosa fruta do kadete!!

    Para quem ainda não sabe, os nossos domingos têm sido sempre assim: pura diversão, bons andamentos, sem zonas de treino!

    Apareçam!

    Cumprimentos aos amigos dos trilhos: Kadete, André, Srº Beleza!

    Mister

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  3. Fiquei com inveja. Temos de repetir isso.

    Nas fotos vejo uma Spark. Quem a levou? o kadete? e q tal?

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  4. Levy, esta semana vais ter notícias da Karpex.
    Pôxa, Mister, e eu a pensar que me tinha esticado! É mesmo impossível fazer uma descrição deste trilho. Só mesmo experimentando.

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