sábado, 27 de fevereiro de 2010

Davide Pinto vence as Elites


Antes demais, os Parabéns ao nosso Davide. O "Homem do Norte", regionalmente conhecido como Mister, e na estrada como Franco Pellizotti, Brilhou no Pinhal da Paz. Foi um verdadeiro Guerreiro e no final ainda deu-nos um susto, mas agora já é "Survivor" tb :P e está tudo bem com ele. Foi pena não ter ido ao pódio, mas o Levy representou-o bem.
Nos Juvenis, este ano perdemos uma das "estrelas da companhia". Rui Brilhante, encontra-se "cedido" ao futebol do Santa Clara para grande pena nossa, mas mesmo ai o Rui continua Brilhante e agora a marcar golos. Nos Cadetes, o lider em titulo, o nosso Diogo Brilhante não esteve nos seus melhores dias ficando em 5º lugar, mas nada está perdido e capacidade o Diogo tem muita, sendo apenas necessário trabalho. O nosso outro cadete, o André Valente encontra-se magoado. Vamos a ver se ainda recuperará a tempo de correr nas sete cidades. Nos Sub-23 o Carlos Pereira cumpriu o objectivo, mas aqui está mais um jovem que com mais treino poderia andar na frente. Temos de levar o "Carlins" para a estrada para puxar por ele. O nosso Kadete, o Paulo Rebelo, teve problemas na KTM, mas nas 3 voltas que rodou, estava a rodar muito bem.


Abraço.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

SPARK & SCALE, DOIS PUROS SANGUE "XC"

Já estava arrumado na prateleira a ficar com cotão e teias de aranha, mas infelizmente não há tempo para tudo.
Já lá vão uns dois meses ou mais que adoptei duas bicicletas durante uma semana e meia no total, e não foi só para testar mas foi para gozar ao máximo enquanto pude!
Não sou nenhum “expert” na matéria, muito longe disso, e não escrevo isto para esclarecer ninguém, mas apenas para abrir a discussão e partilhar ideias sobre as potencialidades e defeitos (se é que se lhes pode chamar) das bikes em questão. Por isso é sempre bom ouvir a opinião daqueles que também já tiveram o privilégio de viver esta experiência e ouvir as opiniões e as dúvidas daqueles que não tiveram a oportunidade de as experimentar.
É sempre importante ter uma ideia acabada quando o leque de opções é enorme e o preço é elevado pois trata-se de bicicletas de competição cujos modelos de topo podem atingir valores consideráveis e vale a pena experimentar tudo o que podemos, caso contrário estamos a restringir as nossas opções.
Neste momento, em S. Miguel temos a possibilidade de experimentar um n.º de bikes como até hoje não se viu. Se não me engano o “Carreiro e Comp.” tem disponíveis 11 bikes para teste drive e a Sportzone, para já, serão três de btt, a Spark, a Scale, a Genius e a Addict (penso q é a única loja da sportzone com bikes de test drive, é um privilégio para todos nós).
E se eles nos disponibilizam as bikes acho que merecem um pequeno retorno da nossa parte. É o mínimo que lhes podemos dar!
É sem dúvida um passo muito importante para um público cada vez mais exigente mas infelizmente muito recatado, pois raramente se fazem postes sobre as bicicletas. Efectivamente, não me posso esquecer que foi na sequência dum poste muito bem elaborado pelo André que me levou a fazer um teste numa bike seguido de compra imediata. Também foi num dos comentários desse poste que ouvi falar pela primeira vez na Spark (o Melo, sempre em cima do acontecimento) e não imaginava que menos de dois anos depois teria o prazer de a experimentar da forma como o fiz, ou seja, explorando ao máximo todos os cms quadrados de carbono fluido que a máquina apresenta para quem quer divertir-se durante todas as fracções de segundo que dura o teste!
Tenho de agradecer à sportzone e ao David Morais por terem permitido esta excelente experiência que não vou esquecer: tocar numa máquina que foi moldada e esculpida à medida de um campeão do mundo!
Mas vamos ao que interessa e vou tentar ser sintético para não maçar muito, nem pensem que vou entrar em questões técnicas ou fazer uma cronologia detalhada sobre o comportamento da bicicleta. O objectivo é simples: pretendo apenas abrir o apetite aos mais apáticos e dar ganas aos betetistas mais dedicados para a estrear.





O “Rabanete” uma mistura explosiva de árabe e lusitano em prefeita consonância com a geometria da Scale e da Spark


Saída da maternidade com um dos quadros mais leves do mundo com recurso a uma tecnologia própria (que lhe permite tirar peso a ganhar mais rigidez), quer na produção do carbono, quer no fabrico de amortecedores.


A Spark é um verdadeiro “animal” de sangue quente, um exemplar notável de temperamento, montabilidade e agilidade ao mais alto nível que atinge o seu melhor desempenho quanto maior for a velocidade aplicada. É cooperante e executa com perfeição os andamentos que lhe são exigidos de forma sublime, é ardente de temperamento, não se apresentar frio às “ajudas” como alguns que conheço bem, transmite vibração e pode tornar-se num ganhador! Mas só se “deixa arranjar” por quem tem esporas para o montar! Para além disso, e como está patente no seu padrão de raça, é uma máquina nobre de sangue fervilhante que transmite confiança, coragem, segurança, tudo atributos importantes para triunfar numa modalidade competitiva como é o xc de competição.


É ágil a manobrar, leve tanto nas descidas como nas subidas, o que lhe permite uma capacidade técnica imbatível, mas exige grande perícia para o domar porque perde alguma estabilidade na dianteira com o aumento de velocidade. Torna-se tão leve que a mais pequena irregularidade no terreno é sentida na ponta dos dedos. É um bichinho predilecto dos aficionados do xc puro e duro. A leveza deve-se não só ao peso mas penso que também à geometria, é a única conclusão que se pode tirar depois de passarmos uma horas a gaspear, porque, afinal, a montada que está disponível para teste drive não tem uma leveza tão excepcional como as versões de topo (a minha Giant com os seus anitos é mais leve mas parece mais pesada a manobrar), e houve momentos que nos permitiram elucidar que há qualquer coisa de especial no seu porte que lhe dá aquela jovialidade e energia que sentimos desde o primeiro momento em que o conhecemos.


Uma adequada elevação do garrote favorece o equilíbrio da cabeça e oferece um melhor ponto de aplicação às forças exercidas pelo balanceiro cervical e pelos músculos elevadores da espádua, o que facilita o galope e o salto de obstáculos.
Um garrote destacado mas não exagerado é, assim, uma peça imprescindível a uma máquina de elite especialmente vocacionada para a tauromaquia e saltos de obstáculos como é o caso da Spark, conferindo-lhe ainda uma grande versatilidade nas restantes actividades e uma franca flexibilidade longitudinal apresentando um bom equilíbrio natural ao trote, mas em especial ao galope.


Uma garupa bem guarnecida favorece-lhe o seu desempenho em dressage com boa capacidade técnica de executar exercícios de elevado grau de dificuldade como são a passage, piaffer e piruetas a galope. Deste modo a Spark é uma máquina que rapidamente consegue alterar o seu equilíbrio e centro de gravidade. Devemos ainda considerar com um dos aspectos positivos a sua flexibilidade lateral, especialmente em curva, isto é, a capacidade de realizar trabalhos em duas ou mais pista, com é a espádua-a-dentro, contra-espádua-a-dentro e ladear que envolvem o animal num bailado gracioso especialmente nos trilhos mais sinuosos e ondulantes com curvas acentuadas.


Peitoral de amplitude média, profundo e musculoso dão-lhe a estabilidade e levezas necessárias para os mais exigentes padrões de competição.


O balanceiro cervical actua como regulador do equilíbrio fazendo variar neste o seu ponto de gravidade. Já de si com uma geometria que lhe permite andamentos rápidos e extensivos. No galope comprido convém manter as ajudas muito leves de modo a reagir imediatamente às oscilações laterais e verticais e assim poder facilmente ultrapassar as irregularidades do terreno sem perdas de energia e sem quebras no andamento.


Altivez e elegância são atributos do verdadeiro puro-sangue XC Spark! A sua beleza natural, elegância e presença em pista, para além da sua expressividade, permite-lhe uma avaliação superior e marca pontos na apreciação estética pelo público em geral.


Linhas simples e de traços esguios sem descurar a robustez dão-lhe uma beleza ímpar e um peso único!


Um dos momentos mais quentes não foi a descida da Batalha que desci de forma tão simples que quase nem dei por ela, mas foi o trilho do Pico da Areia onde mostrou o seu esplendor, sempre segura na rédea de fora (que controla a velocidade), em descidas íngremes e curvas apertadas, mantinha-a impulsionada para a mater activa mesmo em andamentos curtos. Quando reduzia o andamento com “meia paragem” para o trote entrando numa curva em meia pirueta com os ombros puxados para trás para não se “desarranjar” ela “arrumava” os posteriores bem por debaixo da garupa, arredondando a posição para sair a ladear da curva e preparar-se para o galope assim que lhe cedia a rédea. O comportamento nas descidas foi formidável, mas onde fiquei realmente impressionado foi no Pinhal da Paz onde pude levar ao limite todos os seus atributos físicos a capacidade de alterar os andamentos através do mecanismo Twinloc, uma ferramenta essencial para quem faz competição, comum peso insignificante, e só lhe damos valor depois de o experimentarmos. É tão útil que acredito que será um dos principais elementos a ter em conta no futuro pela concorrência.
Velocista por natureza….


É visível um garrote cumprido relativamente baixo sempre numa transição suave entre dorso e o pescoço; se a Spark tem que ser tratada com leveza nas ajudas, a Scale ainda é mais fina e reage com mais sinergia ao mínimo toque.
É preciso ter a agilidade de um felino para domar o animal e cravar bem as unhas na sela para não ser atirado borda fora!


Uma verdadeira puro sangue- costaneira com um peso pluma de nível internacional!


De marca «Racing»! Não precisa de esporas, bastam os chinelos!!
Nas cumeeiras das sete cidades num dia de chuva cerrada e de ventania do piorio tive a oportunidade de me esticar e não a poupei um bocadinho. Aproveitei ao máximo para explorar um dos seus principais atributos: a velocidade pura e simples. Não me desiludiu! Antes pelo contrário permitiu-me atingir andamentos alucinantes, não se foi do vento ou do frio…


Uma verdadeira máquina de guerra pronta para qualquer cavalgada!